Uma poesia minha pra recomeçar!
No mesmo sol
No mesmo sol da manhã surgia a dor quente.
No mesmo sol que a dor esquentava o dia cortava o meio.
O dia estava indo e a dor nada.
No mesmo céu que cortava o sol ninguém olhava a noite, a
dor, o rasgo, o bafo, o trago, o avanço, a lente, a caricatura, os traços
fortes.
No mesmo sol diferente a remitente canção que ninguém
ouviu.
Na mesma canção, um menino chorava de fome na rua, uma
mulher dizia sobre o escorregão no chão.
Um homem bradava – se homem.
Uma história era esquecida.
Beijos nunca mais. Abraços nunca mais.
Silêncio. O sol estava fraco.
No mesmo sol da manhã.
Sandra Modesto
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