Blog pessoal. Conteúdo literário com textos da autora e escritores de sua preferência. Dicas de livros, músicas, vídeos, projetos culturais. Resumindo: "Aqui tudo é arte"
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
#AperitivosLiterários
Vamos de vídeo?
Vamos.
Vamos?
Vamos!
Beijos e olha aí, galera!
https://www.facebook.com/acendaaluzzz/?ref=bookmarks
Vamos.
Vamos?
Vamos!
Beijos e olha aí, galera!
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sábado, 24 de setembro de 2016
Reencartar-se.
E aí, gentes?
Só um queijo de Minas. Um abraço amigo e um vídeo tudo.
Beijão!
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/videos/t/triangulo-mineiro/v/moradora-de-ituiutaba-escreve-livro-sobre-correria-cotidiana/4479532/
Só um queijo de Minas. Um abraço amigo e um vídeo tudo.
Beijão!
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/videos/t/triangulo-mineiro/v/moradora-de-ituiutaba-escreve-livro-sobre-correria-cotidiana/4479532/
Reencartar-se.
E aí, gentes?
Só um queijo de Minas. Um abraço amigo e um vídeo tudo.
Beijão!
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/videos/t/triangulo-mineiro/v/moradora-de-ituiutaba-escreve-livro-sobre-correria-cotidiana/4479532/
Só um queijo de Minas. Um abraço amigo e um vídeo tudo.
Beijão!
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/videos/t/triangulo-mineiro/v/moradora-de-ituiutaba-escreve-livro-sobre-correria-cotidiana/4479532/
sábado, 17 de setembro de 2016
Adaptação, cão.
Oi, pessoal, não tenho muito o que contar hj. É que sem pedir licença, a vida está fazendo com que eu me acostume a conviver com um cachorrinho.
Eu tive , aliás, estou me adaptando.
O nome dele é Chico Buarque Modesto.
Por causa dele, fiz a crônica abaixo:
Eu tive , aliás, estou me adaptando.
O nome dele é Chico Buarque Modesto.
Por causa dele, fiz a crônica abaixo:
QUANDO CHICO CHEGOU
Foi uma surpresa. O Chico chegou sem avisar pra autora
que vos fala.
Pegaram o cão sem dono e mandaram com um bilhete.
Ele já veio com registro: Chico Buarque Modesto.
Aí, não foi amor à primeira vista. Dela, não.
Acontece que o mistura de raças, era uma graça.
Bagunças à revelia. E ela foi encarando aos poucos, a loucura e magia que é ter
um "Chico" em casa.
Não era o do vinil, não era o do DVD, do documentário,
das músicas e letras do Chico que ela amava desde tenra idade.
Oh, e agora, Chico?
No início, depressão emocional. No meio aceitação
devagar, no final da semana, já era Chico pra cá, Chico pra lá...
Chico! Vê se me erra, me esquece um pouco, tormento.
Lamento, mas a moça estava mentindo a si mesma.
O Chico chegou ao meio de uma turbulência política,
ela tinha suas convicções, lutava pelo direito à democracia. Chegou ao ponto de
ter a certeza que não queria que todos rezassem a mesma cartilha partidária. Pasme
aceitar o golpe, não!
Além do mais, a dona da história estava lutando em
prol da publicação de um livro. O primeiro. Ela amou e sempre amará a ideia, o
projeto literário que mergulhou de cabeça.
E de repente, não mais que de repente, chega o Chico.
Ficamos todos perdidos. Escola sem partido? Corruptos
julgando e afastando e desrespeitando o voto de milhões de brasileiros!
Foi nessa privada imunda que ela entendeu. Pior, bem
pior do que a presença cotidiana de Chico, era a desgraça e mísera conjuntura
política do país.
Então, vem Chico. Perto de tudo isso, você é o melhor
presente. Notícia que a gente se acostuma a decifrar, entender, acarinhar.
Perto dessa realidade execrada e escrachada por um
golpe tão estúpido;
Chico, você é o meu Buarque. O meu Modesto. O meu
misturinha de sujeiras poéticas e latidos divertidos.
Quando Chico chegou...
Chegou para ficar.
Chico, vamos nessa!
Sandra
Modesto
Eu e Chico. |
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Acenda a Luz de Sandra Modesto - Catálogo - Editora Kazuá - Zun... Loja Virtual de Livros e Artes
Acenda a Luz de Sandra Modesto - Catálogo - Editora Kazuá - Zun... Loja Virtual de Livros e Artes: A autora Sandra Modesto apresenta neste livro ACENDA A LUZ uma escrita contemporânea e esteticamente miscigenada por entre uma miscelânea de gêneros perpassando a crônica e a poesia.
Acenda a Luz de Sandra Modesto - Catálogo - Editora Kazuá - Zun... Loja Virtual de Livros e Artes
Acenda a Luz de Sandra Modesto - Catálogo - Editora Kazuá - Zun... Loja Virtual de Livros e Artes: A autora Sandra Modesto apresenta neste livro ACENDA A LUZ uma escrita contemporânea e esteticamente miscigenada por entre uma miscelânea de gêneros perpassando a crônica e a poesia.
domingo, 11 de setembro de 2016
sábado, 10 de setembro de 2016
Sanatório geral!
CHICO
- ARTISTA BRASILEIRO visto por uma chicólatra
O
texto a seguir não é recomendado para menores de 18 anos (CENSURADO)
O
texto a seguir está liberado!
É
SANATÒRIO GERAL, galera...
Aviso:
Não sou nada, Sou apenas CHICÓLATRA.
Moro
no interior de Minas Gerais. E bota interior nisso...
Viciada
em Chico Buarque de Holanda.
Desde
o ano passado, no lançamento do filme/documentário sobre Chico, eu fiquei
louca. Meu sonho era assistir CHICO- ARTISTA BRASILEIRO.
Em
Ituiutaba (Onde moro), não tem cinema. Só salas de exibição no primeiro
shopping inaugurado há pouco tempo. E claro, o filme não foi exibido. Nem em
Uberlândia, nossa quase capital (Risos).
Pensei
cá com meu salto alto:
- Eu
vou assistir em casa. Na TV, e fiquei esperando.
O
dia chegou. Eu fiquei tão alegre que corri,
Apertei
o REC, planejei assistir na hora da gravação. Eis que me deu uma neura, entrei
em crise de ciúmes, de mim, comigo e o Chico, entenderam? Nem eu.
No
dia seguinte, eu acordei e percebi que havia sonhado que estava com Chico na
sala da tela da minha TV.
Foi
um dia tão calmo, que eu achei O Chico Buarque (meu cachorro), o malandro mais
barão da ralé.
Sai
pra cumprir algumas tarefas. Meu cotidiano foi diferente.
Café
especial, com açúcar com afeto. Sorrisos pra todo mundo que eu via nas ruas,
olhar as vitrines e me sentir consumida, e não comprar. Só ficar bem adultinha,
e muitas felicidades tomaram conta de mim. Do pedaço de mim.
Cheguei
em casa e às cinco horas e trinta minutos da tarde, apertei play, fui na lista
de gravações, e meio tonta, embriagada, meio Geni, meio Carolina, meio Ana, me
joguei no sofá e comecei a assistir.
CHICO-
ARTISTA BRASILEIRO.
Não
contive lágrimas quando ouvi AS VITRINES na interpretação de Ney Matogrosso. A
Carminho e o sotaque tão gostoso canta SABIÁ e faz um dueto com Milton
Nascimento em SOBRE TODAS AS COISAS. Laila Garin dá um show interpretando CANÇÃO
DESNATURADA. Péricles entra em cena e arrasa com o charme e poder vocal que
Deus lhe deu. Canta ESTAÇÃO DERRADEIRA. Adriana Calcanhoto e Mart'nália causam
com BISCATE.
O
documentário tem duas horas de exibição e eu segurei meu xixi, minha fome e
minha sede. Ria e chorava em vários momentos.
O
Chico conta do pai, Sérgio Buarque de Holanda e da mãe, Maria Amélia, pianista.
(Chega de Spoiler, né?).
Sobretudo,
CHICO- ARTISTA BRASILEIRO é foda! Quando o cantor/escritor fala da descoberta
do irmão alemão. Título do último livro lançado por ele, baseado na trajetória
entre a descoberta da notícia e a busca pelo irmão, é um dos pontos altos do
filme. O irmão alemão chamava-se Sérgio, morreu em 1981 aos 50 anos de idade e
Chico comenta rindo mais que tudo:
-
Sim, é o meu irmão. O nariz batatudo e a mania de assoviar que eu tenho, é meu
irmão.
Por
tudo que assisti preciso expressar que o diretor, Miguel Faria Júnior soube
conduzir com detalhes e mostrar em 120 minutos uma história que podia não dar
certo. Soube passar a câmera mergulhando passado e presente, depoimentos
interessantes. O documentário não ficou fragmentado. Virou excitação pura. No
sentido de amar o que soube fazer. Linda direção. Faz encher os olhos e o
coração da gente. O meu, pulou de alegria. Estou morrendo de vontade de ser
cineasta.
Decidi
que não sou mais vascaína, sou fluminense, minha escola de samba passou a ser
Mangueira, eu quero ter netos, sete. E um dia fazer um dueto com minha neta e
um casal de netos nos instrumentos.
Quero
continuar gostando de política, mas procurar não me envolver tanto.
Vou
ser PT para sempre.
Quero
cantar PARATODOS porque é o Brasil.
Descobri
que me pareço fisicamente com Chico. A
risada, as rugas, o riso frouxo, a capacidade de ter talentos múltiplos.
(KKKKKKKKKK) Não, essa capacidade de conseguir ser poeta da música, romancista traduzido
em inúmeros idiomas, ganhar festivais e sobreviver na ditadura militar, só
Chico. Hoje aos 72 anos de idade, Chico permanece. Está aí, machucando corações
de homens e mulheres de todas as idades. O meu já é dele há 42 anos. Desde RODA
- VIVA. De lá pra cá...
O
texto despretensioso, a autora começou a escrever na noite em que assistiu o
documentário. Dia seis de setembro de 2016. Reescreveu várias vezes.
A
autora é notívaga. Conseguiu terminar o texto na madrugada do dia sete. Feriado
nacional.
Foi
ao teatro, assistiu a um debate político. Teatro lotado. Aos 56 anos, a autora
está por aqui.
Vai dar play e assistir CHICO- ARTISTA
BRASILEIRO. Pela segunda vez.
Vício.
E sem clínica de recuperação.
Sandra
Modesto.
A imagem da autora é uma identidade visual. Será inseridade sempre nos textos, de petiscos de domingo. |
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Retrato em homenagem.
Autora e livro publicado
Minha homenagem:
Setembro de 2016. Em 2015 iniciei um caminho na literatura de ficção. Foram três lançamentos. De 10 de julho a 10 de setembro. Em locais diferentes. Meu primeiro livro.
ACENDA A LUZ é fascinante porque é simples. Por ser simples é fascinante. Crônicas, contos, poemas.
Eu ainda tenho exemplares. Moro em uma cidade pequena e o artista não tem o espaço merecido. Escritor iniciante é bem mais complicado. Mas não fico triste por isso. Estou feliz, publiquei o livro dos meus sonhos. Sempre sonhei em transformar o meu sonho em realidade. Eis que consegui.
Beijos, leitores, beijos, galera.
Seguem imagens traduzindo um pouco dos meus melhores momentos durante a trajetória...
Sandra Modesto.
sábado, 3 de setembro de 2016
Tanta coisa acontecendo...
Olá, pessoal, no post de hj, alguns textos escritos por mim.
Penso. Digito. Publico.
Vamos de crônica!
Só três. Pra não perder o freguês.
Na sequência:
Penso. Digito. Publico.
Vamos de crônica!
Só três. Pra não perder o freguês.
Na sequência:
UNS ASSUNTINHOS...
Uma vez, lá pelos meados dos anos sessenta, comecinho
dos setenta, não tenho muita certeza da data, enfim:
- "Você vai ficar após a aula pra aprender a
fazer a bandeira do jeito certo.".
Eu era muito tímida, ainda não aflorava em mim, meu
lado contestador, brigão. (Que raiva!)
Cara, eu fazia o primeiro ano adiantado (Pois é...
Havia o primeiro aninho, e esse aí que eu citei acima. Para quem não vencesse
as etapas do primeiro. Kkkkkkkkkkkk).
A menininha misturinha de preto no branco, tipo boneca
dourada, que nunca havia ficado de castigo, FICOU!
O sino da escola tocou, meus colegas foram pra casa,
eu fiquei sozinha com a professora bruxa.
- Desenha esse losango , anda, desenha depressa!
Eu não sabia desenhar figuras geométricas, detestava
cantar eu te amo meu Brasil e fazer fila pra entrar na sala de aula, estava de
castigo. Minha mãe foi me buscar. Estava preocupada com a minha demora. Aliás,
ela sempre buscava as filhas. Éramos cinco. Eu fui a primeira a ir pra escola e
era a preferida dela. ( Mais risos)
Até que esse losango saiu, eu já estava bem abalada
com tudo. A professora tinha cara de "golpista", nunca sorria para os
alunos, e eu sempre vou detestá-la, até morrer. No semestre seguinte, ela mudou
da cidade e a nova professora, pelo menos sorria, e não era fascinada por esse
tal de losango.
Outro episódio, que me deixou muito tipo,
"OI?".
É que na mesma escola, eu era a cantora dos
"momentos culturais", a que buscava o palestrante feito
cerimonialista e o conduzia ao recinto (Que isso! Pois é)...
Tinha uma música que a gente cantava na época da
semana santa, ah, algo assim, e eu, a escolhida, estava lá, no palco. Sei que
era uma música do Roberto Carlos, e que tinha um refrão com a palavra Jesus.
Depois de cantar inúmeras vezes nessas datas, uma
professora chegou pra mim e disse:
-Não é jesuis, é Jesus, Você está pronunciando errado.
Juro que tive vontade de gritar, espernear, mandar ela tomar bem naquele lugar,
mas, eu era a menininha bonitinha, comportada, calei-me.
Ah, teve também a cartilha. Gente! Cartilha era uma
coisa horrorosa, com umas bobeirinhas que ensinava a gente ler. Desde o
alfabeto, passando por palavras, e uns textículos. Vou falar alguns:
Vovó viu a uva. A uva é da vovó. O ovo... ( Me recuso
a lembrar do resto)
Acontece que eu demorei aprender a ler, só aprendi
depois que a cartilha estava bem gasta, carcomida, rasgada a coitada. (Quem
mandou?)
Sobre a cartilha:
Recrio: - O vovô viu o Viagra, o Viagra é do vovô. A
vulva da vovó é vida!"
Hoje na minha consulta ao dentista, antes de começar o
procedimento lasquei a pergunta:
- Não era pra tomar aquela remediera antes não, né? Eu
não tomei. -"Remediera" igual minha mãe falava.
ELE:
- Minha mãe também falava assim.
Rimos feito bobo e fiquei de boas na cadeira. Foi tudo
leve e sem dores.
Sandra Modesto- Professora que contestava, amava os
alunos, nunca soube do losango, lê Cora Coralina e Carlos Drummond, canta Chico
Buarque, Elis Regina, Ana Carolina, Seu Jorge, dança funk, pagode e românticos.
Autora publicada.
INFORMAÇÔS ADICIONAIS: Não tem.
Sandra Modesto
QUANDO CHICO CHEGOU
Foi uma surpresa. O Chico chegou sem avisar pra autora
que vos fala.
Pegaram o cão sem dono e mandaram com um bilhete.
Ele já veio com registro: Chico Buarque Modesto.
Aí, não foi amor à primeira vista. Dela, não.
Acontece que o mistura de raças, era uma graça.
Bagunças à revelia. E ela foi encarando aos poucos, a loucura e magia que é ter
um "Chico" em casa.
Não era o do vinil, não era o do DVD, do documentário,
das músicas e letras do Chico que ela amava desde tenra idade.
Oh, e agora, Chico?
No início, depressão emocional. No meio aceitação
devagar, no final da semana, já era Chico pra cá, Chico pra lá...
Chico! Vê se me erra, me esquece um pouco, tormento.
Lamento, mas a moça estava mentindo a si mesma.
O Chico chegou ao meio de uma turbulência política,
ela tinha suas convicções, lutava pelo direito à democracia. Chegou ao ponto de
ter a certeza que não queria que todos rezassem a mesma cartilha partidária. Pasme
aceitar o golpe, não!
Além do mais, a dona da história estava lutando em
prol da publicação de um livro. O primeiro. Ela amou e sempre amará a ideia, o
projeto literário que mergulhou de cabeça.
E de repente, não mais que de repente, chega o Chico.
Ficamos todos perdidos. Escola sem partido? Corruptos
julgando e afastando e desrespeitando o voto de milhões de brasileiros!
Foi nessa privada imunda que ela entendeu. Pior, bem
pior do que a presença cotidiana de Chico, era a desgraça e mísera conjuntura
política do país.
Então, vem Chico. Perto de tudo isso, você é o melhor
presente. Notícia que a gente se acostuma a decifrar, entender, acarinhar.
Perto dessa realidade execrada e escrachada por um
golpe tão estúpido;
Chico, você é o meu Buarque. O meu Modesto. O meu
misturinha de sujeiras poéticas e latidos divertidos.
Quando Chico chegou...
Chegou para ficar.
Chico, vamos nessa!
Sandra
Modesto
PAI! ESTRAGUEI SUA BANDEIRA.
Podia
ter ficado calado, contado e mostrado só pra mãe ou revelar a travessura
depois, em outro momento, mas, não, chegou da manifestação, deu de cara com o
pai lanchando, todo tranquilo batendo papos com a mãe, e foi logo dizendo:
- Pai
estraguei sua bandeira.
- Ah,
não, Gustavo, você não fez isso não.
- Fiz
pai, mas, foi sem querer, eu colei uma frase com aquela cola forte, pensei que
não fosse "tão forte"!
- É
depois sai. Com jeitinho pra não rasgar o tecido, calma, senta aí filho, conta:
- Como
foi a manifestação?
- A
minha bandeira oficial, eu nem acredito, não tenta acobertar o erro dele não,
Júlia, ele agiu errado!
- É só
mudou a frase, depois se não sair a gente compra outra bandeira, pra tudo se dá
um jeito.
- Vocês
acham tudo fácil, fácil, dinheiro, então!
- Dá pra
brigar depois e ouvir o que o Gustavo tem pra contar sobre a primeira
manifestação cidadã, política, de brasileiro engajado dele, por favor?
Luis se
rendeu. Também, né? Dois contra um...
- Tá
bom, filho, conta, como é que foi lá? Muita gente?
- Nossa!
Muita gente, pai. Organização boa, as reivindicações bem elaboradas, pautas
escritas e entregues para o representante do prefeito, pai, ele mandou
representante, nem teve coragem de dialogar com a gente pai, é, mas, ele vai
ter que levar a sério os nossos pedidos pai, da UFU, da UEMG, da saúde, o povo
tá muito insatisfeito, o atendimento, e os pagamentos dos contratados que não
são pagos tem três meses, muita coisa errada, precisando melhorar, pai.
Luis e
Júlia se olharam com alegria e orgulho, uma mistura de sentimentos.
Então
aquele bebezinho de ontem, já estava virando gente, gente que luta que busca
seus direitos e que não abandona o barco.
-
"Meu garotão"! Pensou Luis.
- Júlia
embargou uma voz silenciosa:
- O
filho que ensinei a ler, agora, aprendendo lições de Democracia.
Mais
tarde, Gustavo entrou no quarto dos pais:
- Mãe,
eu achei na internet um jeito de tirar cola de tecido, consegui tirar a frase
da bandeira, mas rasgou um pouquinho o tecido.
Sorrindo
por dentro a mãe disse:
-Ah, tá
bom, nem vai dar para notar, filho. Esquece a bandeira, o que você fez hoje,
foi muito mais brasileiro.
(Baseada
em fatos reais e dedicada à turma que participou da manifestação pacífica em
Ituiutaba, em 2014)
Sandra Modesto (Acenda a luz- livro com coletânea de
crônicas, contos e poemas.)
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Minha crônica de hoje. Link abaixo: http://www.cronicadodia.com.br/2020/09/arrasta-me-sandra-modesto.html