sábado, 17 de setembro de 2016

Adaptação, cão.

Oi, pessoal, não tenho muito o que contar hj. É que sem pedir licença, a vida está fazendo com que eu me acostume a conviver com um cachorrinho.
Eu tive , aliás, estou me adaptando.
O nome dele é Chico Buarque Modesto.
Por causa dele, fiz a crônica abaixo:

QUANDO CHICO CHEGOU
Foi uma surpresa. O Chico chegou sem avisar pra autora que vos fala.
Pegaram o cão sem dono e mandaram com um bilhete.
Ele já veio com registro: Chico Buarque Modesto.
Aí, não foi amor à primeira vista. Dela, não.
Acontece que o mistura de raças, era uma graça. Bagunças à revelia. E ela foi encarando aos poucos, a loucura e magia que é ter um "Chico" em casa.
Não era o do vinil, não era o do DVD, do documentário, das músicas e letras do Chico que ela amava desde tenra idade.
Oh, e agora, Chico?
No início, depressão emocional. No meio aceitação devagar, no final da semana, já era Chico pra cá, Chico pra lá...
Chico! Vê se me erra, me esquece um pouco, tormento.
Lamento, mas a moça estava mentindo a si mesma.
O Chico chegou ao meio de uma turbulência política, ela tinha suas convicções, lutava pelo direito à democracia. Chegou ao ponto de ter a certeza que não queria que todos rezassem a mesma cartilha partidária. Pasme aceitar o golpe, não!
Além do mais, a dona da história estava lutando em prol da publicação de um livro. O primeiro. Ela amou e sempre amará a ideia, o projeto literário que mergulhou de cabeça.
E de repente, não mais que de repente, chega o Chico.
Ficamos todos perdidos. Escola sem partido? Corruptos julgando e afastando e desrespeitando o voto de milhões de brasileiros!
Foi nessa privada imunda que ela entendeu. Pior, bem pior do que a presença cotidiana de Chico, era a desgraça e mísera conjuntura política do país.
Então, vem Chico. Perto de tudo isso, você é o melhor presente. Notícia que a gente se acostuma a decifrar, entender, acarinhar.
Perto dessa realidade execrada e escrachada por um golpe tão estúpido;
Chico, você é o meu Buarque. O meu Modesto. O meu misturinha de sujeiras poéticas e latidos divertidos.
Quando Chico chegou...
Chegou para ficar.
Chico, vamos nessa!
Sandra Modesto

Eu e Chico.

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