CHICO
- ARTISTA BRASILEIRO visto por uma chicólatra
O
texto a seguir não é recomendado para menores de 18 anos (CENSURADO)
O
texto a seguir está liberado!
É
SANATÒRIO GERAL, galera...
Aviso:
Não sou nada, Sou apenas CHICÓLATRA.
Moro
no interior de Minas Gerais. E bota interior nisso...
Viciada
em Chico Buarque de Holanda.
Desde
o ano passado, no lançamento do filme/documentário sobre Chico, eu fiquei
louca. Meu sonho era assistir CHICO- ARTISTA BRASILEIRO.
Em
Ituiutaba (Onde moro), não tem cinema. Só salas de exibição no primeiro
shopping inaugurado há pouco tempo. E claro, o filme não foi exibido. Nem em
Uberlândia, nossa quase capital (Risos).
Pensei
cá com meu salto alto:
- Eu
vou assistir em casa. Na TV, e fiquei esperando.
O
dia chegou. Eu fiquei tão alegre que corri,
Apertei
o REC, planejei assistir na hora da gravação. Eis que me deu uma neura, entrei
em crise de ciúmes, de mim, comigo e o Chico, entenderam? Nem eu.
No
dia seguinte, eu acordei e percebi que havia sonhado que estava com Chico na
sala da tela da minha TV.
Foi
um dia tão calmo, que eu achei O Chico Buarque (meu cachorro), o malandro mais
barão da ralé.
Sai
pra cumprir algumas tarefas. Meu cotidiano foi diferente.
Café
especial, com açúcar com afeto. Sorrisos pra todo mundo que eu via nas ruas,
olhar as vitrines e me sentir consumida, e não comprar. Só ficar bem adultinha,
e muitas felicidades tomaram conta de mim. Do pedaço de mim.
Cheguei
em casa e às cinco horas e trinta minutos da tarde, apertei play, fui na lista
de gravações, e meio tonta, embriagada, meio Geni, meio Carolina, meio Ana, me
joguei no sofá e comecei a assistir.
CHICO-
ARTISTA BRASILEIRO.
Não
contive lágrimas quando ouvi AS VITRINES na interpretação de Ney Matogrosso. A
Carminho e o sotaque tão gostoso canta SABIÁ e faz um dueto com Milton
Nascimento em SOBRE TODAS AS COISAS. Laila Garin dá um show interpretando CANÇÃO
DESNATURADA. Péricles entra em cena e arrasa com o charme e poder vocal que
Deus lhe deu. Canta ESTAÇÃO DERRADEIRA. Adriana Calcanhoto e Mart'nália causam
com BISCATE.
O
documentário tem duas horas de exibição e eu segurei meu xixi, minha fome e
minha sede. Ria e chorava em vários momentos.
O
Chico conta do pai, Sérgio Buarque de Holanda e da mãe, Maria Amélia, pianista.
(Chega de Spoiler, né?).
Sobretudo,
CHICO- ARTISTA BRASILEIRO é foda! Quando o cantor/escritor fala da descoberta
do irmão alemão. Título do último livro lançado por ele, baseado na trajetória
entre a descoberta da notícia e a busca pelo irmão, é um dos pontos altos do
filme. O irmão alemão chamava-se Sérgio, morreu em 1981 aos 50 anos de idade e
Chico comenta rindo mais que tudo:
-
Sim, é o meu irmão. O nariz batatudo e a mania de assoviar que eu tenho, é meu
irmão.
Por
tudo que assisti preciso expressar que o diretor, Miguel Faria Júnior soube
conduzir com detalhes e mostrar em 120 minutos uma história que podia não dar
certo. Soube passar a câmera mergulhando passado e presente, depoimentos
interessantes. O documentário não ficou fragmentado. Virou excitação pura. No
sentido de amar o que soube fazer. Linda direção. Faz encher os olhos e o
coração da gente. O meu, pulou de alegria. Estou morrendo de vontade de ser
cineasta.
Decidi
que não sou mais vascaína, sou fluminense, minha escola de samba passou a ser
Mangueira, eu quero ter netos, sete. E um dia fazer um dueto com minha neta e
um casal de netos nos instrumentos.
Quero
continuar gostando de política, mas procurar não me envolver tanto.
Vou
ser PT para sempre.
Quero
cantar PARATODOS porque é o Brasil.
Descobri
que me pareço fisicamente com Chico. A
risada, as rugas, o riso frouxo, a capacidade de ter talentos múltiplos.
(KKKKKKKKKK) Não, essa capacidade de conseguir ser poeta da música, romancista traduzido
em inúmeros idiomas, ganhar festivais e sobreviver na ditadura militar, só
Chico. Hoje aos 72 anos de idade, Chico permanece. Está aí, machucando corações
de homens e mulheres de todas as idades. O meu já é dele há 42 anos. Desde RODA
- VIVA. De lá pra cá...
O
texto despretensioso, a autora começou a escrever na noite em que assistiu o
documentário. Dia seis de setembro de 2016. Reescreveu várias vezes.
A
autora é notívaga. Conseguiu terminar o texto na madrugada do dia sete. Feriado
nacional.
Foi
ao teatro, assistiu a um debate político. Teatro lotado. Aos 56 anos, a autora
está por aqui.
Vai dar play e assistir CHICO- ARTISTA
BRASILEIRO. Pela segunda vez.
Vício.
E sem clínica de recuperação.
Sandra
Modesto.
A imagem da autora é uma identidade visual. Será inseridade sempre nos textos, de petiscos de domingo. |
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