sábado, 10 de setembro de 2016

Sanatório geral!

CHICO - ARTISTA BRASILEIRO visto por uma chicólatra
O texto a seguir não é recomendado para menores de 18 anos (CENSURADO)
O texto a seguir está liberado!
É SANATÒRIO GERAL, galera...
Aviso: Não sou nada, Sou apenas CHICÓLATRA.
Moro no interior de Minas Gerais. E bota interior nisso...
Viciada em Chico Buarque de Holanda.
Desde o ano passado, no lançamento do filme/documentário sobre Chico, eu fiquei louca. Meu sonho era assistir CHICO- ARTISTA BRASILEIRO.
Em Ituiutaba (Onde moro), não tem cinema. Só salas de exibição no primeiro shopping inaugurado há pouco tempo. E claro, o filme não foi exibido. Nem em Uberlândia, nossa quase capital (Risos).
Pensei cá com meu salto alto:
- Eu vou assistir em casa. Na TV, e fiquei esperando.
O dia chegou. Eu fiquei tão alegre que corri,
Apertei o REC, planejei assistir na hora da gravação. Eis que me deu uma neura, entrei em crise de ciúmes, de mim, comigo e o Chico, entenderam? Nem eu.
No dia seguinte, eu acordei e percebi que havia sonhado que estava com Chico na sala da tela da minha TV.
Foi um dia tão calmo, que eu achei O Chico Buarque (meu cachorro), o malandro mais barão da ralé.
Sai pra cumprir algumas tarefas. Meu cotidiano foi diferente.
Café especial, com açúcar com afeto. Sorrisos pra todo mundo que eu via nas ruas, olhar as vitrines e me sentir consumida, e não comprar. Só ficar bem adultinha, e muitas felicidades tomaram conta de mim. Do pedaço de mim.
Cheguei em casa e às cinco horas e trinta minutos da tarde, apertei play, fui na lista de gravações, e meio tonta, embriagada, meio Geni, meio Carolina, meio Ana, me joguei no sofá e comecei a assistir.
CHICO- ARTISTA BRASILEIRO.
Não contive lágrimas quando ouvi AS VITRINES na interpretação de Ney Matogrosso. A Carminho e o sotaque tão gostoso canta SABIÁ e faz um dueto com Milton Nascimento em SOBRE TODAS AS COISAS. Laila Garin dá um show interpretando CANÇÃO DESNATURADA. Péricles entra em cena e arrasa com o charme e poder vocal que Deus lhe deu. Canta ESTAÇÃO DERRADEIRA. Adriana Calcanhoto e Mart'nália causam com BISCATE.
O documentário tem duas horas de exibição e eu segurei meu xixi, minha fome e minha sede. Ria e chorava em vários momentos.
O Chico conta do pai, Sérgio Buarque de Holanda e da mãe, Maria Amélia, pianista. (Chega de Spoiler, né?).
Sobretudo, CHICO- ARTISTA BRASILEIRO é foda! Quando o cantor/escritor fala da descoberta do irmão alemão. Título do último livro lançado por ele, baseado na trajetória entre a descoberta da notícia e a busca pelo irmão, é um dos pontos altos do filme. O irmão alemão chamava-se Sérgio, morreu em 1981 aos 50 anos de idade e Chico comenta rindo mais que tudo:
- Sim, é o meu irmão. O nariz batatudo e a mania de assoviar que eu tenho, é meu irmão.
Por tudo que assisti preciso expressar que o diretor, Miguel Faria Júnior soube conduzir com detalhes e mostrar em 120 minutos uma história que podia não dar certo. Soube passar a câmera mergulhando passado e presente, depoimentos interessantes. O documentário não ficou fragmentado. Virou excitação pura. No sentido de amar o que soube fazer. Linda direção. Faz encher os olhos e o coração da gente. O meu, pulou de alegria. Estou morrendo de vontade de ser cineasta.
Decidi que não sou mais vascaína, sou fluminense, minha escola de samba passou a ser Mangueira, eu quero ter netos, sete. E um dia fazer um dueto com minha neta e um casal de netos nos instrumentos.
Quero continuar gostando de política, mas procurar não me envolver tanto.
Vou ser PT para sempre.
Quero cantar PARATODOS porque é o Brasil.
Descobri que me pareço fisicamente com Chico.  A risada, as rugas, o riso frouxo, a capacidade de ter talentos múltiplos. (KKKKKKKKKK) Não, essa capacidade de conseguir ser poeta da música, romancista traduzido em inúmeros idiomas, ganhar festivais e sobreviver na ditadura militar, só Chico. Hoje aos 72 anos de idade, Chico permanece. Está aí, machucando corações de homens e mulheres de todas as idades. O meu já é dele há 42 anos. Desde RODA - VIVA. De lá pra cá...
O texto despretensioso, a autora começou a escrever na noite em que assistiu o documentário. Dia seis de setembro de 2016. Reescreveu várias vezes.
A autora é notívaga. Conseguiu terminar o texto na madrugada do dia sete. Feriado nacional.
Foi ao teatro, assistiu a um debate político. Teatro lotado. Aos 56 anos, a autora está por aqui.
 Vai dar play e assistir CHICO- ARTISTA BRASILEIRO. Pela segunda vez.
Vício. E sem clínica de recuperação.

Sandra Modesto.
A imagem da autora é uma identidade visual. Será inseridade sempre nos textos, de petiscos de domingo.

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