O que é prosa? O
caderno caiu no chão da cozinha. Ela teve preguiça diante da cena por tanto
amor. Que agora, esfria e acende. Rima e se faz num sábado.
Pegou o ônibus no
espaço de sempre.
Acenou pra o
motorista. Há trinta anos o percurso contínuo, olhos e ouvidos atentos às
conversas. Renderiam crônicas. Encontros.
Queria uma prosa
boa, uma história quente, não sabia na verdade, se queria uma trepada ou sexo
com amor. Ah, naqueles tempos em que nada impedia uma paixão que fervia por
todos os poros, no carro, no canto do amanhecer, a gente tinha, 20, 30 anos.
Aos sessenta anos... Bem, depois disso, no colchão macio é uma boa pedida.
Prosa é a conversa
de todos os dias. É o abraço no cotidiano. Um livro de crônicas requer um olhar
apurado, ao mesmo tempo, é um gênero merecedor de prêmios. Por isso, eu adquiri
vários títulos clássicos e contemporâneos escritos por mulheres.
O cantor Gilberto
Gil disse um dia desses: “É preciso acabar com essa história de achar que a
cultura é uma coisa extraordinária. Cultura é ordinária!”.
Escrevendo este
texto ouvindo Drão perguntei:
“Cadê aquele seu
poema?” (Sim, foi uma mensagem no Watsapp.).
Qual poema? Tem
mais de um? Tenho.
Onde estão?
Não sei.
Eu me lembro de uma
pasta que eu fiz no computador, pra ele. Procurei.
“Entre minhas mãos tu
escapas como se não existisse amor
Sob a retina de meus olhos vejo-te dobrar a esquina
Não sei se voltarás de um deserto ou de um oceano.
Se ainda frágil ou mais madura.
Ao som dos meus quase risos quase lágrimas
Ouço teus passos todas às vezes mais silenciosos
Não sei se te ouvirei, meio a melodia dos teus
beijos
tua boca a dizer "Te amo".
Amar é assim um desassossego”.
Lahus
Pra quem
ele escreveu, eu não sei. Mas é foda!
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