No ponto do ônibus em que Carolina esperava sempre pra ir pra casa, depois de um longo dia de trabalho, aglomerados sonhos densos e mesmo assim, no corre da vida, ela estava ali doída de saudades diárias.
Igual a tanta gente, tantos caminhos, tantos desejos a percorrer nessa busca rebuscando os traços de
tantas feridas.
O que Carolina podia? Chegar e receber os
carinhos do filho miúdo e do marido que tinha feito o jantar.
Quereres
despido das emoções presas.
Marcos,
o marido, não via a hora de Carolina chegar.
Quando ela apontava na esquina abaixo, ele já sentia o cheiro de jasmim.
A pressa
daquela noite estava diferente. O outono estava com temperaturas de verão. Carolina, quase chegando.
Já passavam das onze horas, Marcos não sentiu o cheiro de Carolina.
Alguém bate à
porta.
Marcos coloca a comida pra esquentar às pressas.
Abre o coração pra receber
Carolina. Mas, ela não veio.
Era alguém, Marcos não conhecia. Apenas ouviu algumas palavras que jamais esquecera;
_ Senhor
Marcos Santos? Só falta um corpo pra
ser reconhecido. Queira me acompanhar.
Tudo rodopiou ao derredor.
O amanhecer no IML. Os cheiros de mortes no ar.
Um menino de quatro anos acordou estabanado pela
casa perguntando pela mãe.
A partida tem sempre um ponto.
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