MINHA VIDA VEGETARIANA
Eu nasci numa família do interior de Minas e cresci comendo
muita carne. Mas não faltaram frutas, saladas e legumes que eram degustados por
uns, nem sempre por todos. Não sei se meu paladar é relevante neste texto, mas
arroz com feijão e farinha é uma refeição protagonista no meu dia a dia. Na
vida a gente carrega tantas histórias, tantas memórias e o cheiro de tudo.
No isolamento e convivência diária com filho e marido há silêncios,
diálogos e relampejo de decisões. Optamos primeiramente, não comer carne uma
vez por semana. Tudo bem. Eis que fomos mais além. Deixamos de comer carne.
Foi uma decisão difícil. E o churrasco? E o bife acebolado? E
a bisteca? As iguarias que acompanham uma boa feijoada? A galinhada amarelinha?
Poxa!
Meu filho conversou comigo me lembrando do sofrimento dos
animais, do lucro dos pecuaristas, enfim, eu ouvi atenta. Bom, ser vegetariana
aos sessenta anos poderia prejudicar minha saúde? Eu preciso de proteína.
Consultei uma nutricionista para o aval final. Minha alimentação é rica em
tudo. Eu adoro frutas, vegetais, grãos, castanhas. Posso retirar a carne com
tranquilidade. Retirei.
E me veio à memória o frango vivo que minha mãe matava pra
gente comer no almoço dos domingos. Eu era criança. O frango pulando com sangue
escorrendo pelo pescoço, até ele morrer.
Depois ia pra uma panela com água quente, era depenado, picado...
Quem gosta de carne não é inferior por gostar. Mas pense num
molho de quiabo com abobrinha, uma couve refogada, uma manga e uma banana de
sobremesa?
E berinjela á milanesa? Amo! Meu marido cuida do cardápio.
Comprei uma coleção de porta prato de crochê da minha irmã,
pra exibir nessa minha nova vida.
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