Uma crônica minha escrita no mês de agosto.
JÁ
FAZ UM TEMPINHO
Mas está louco. Triste.
Eu não consigo acreditar nesses cinco meses arrastados. Numa casa enorme. À
espera de boas notícias pra eu me inteirar melhor.
Respirar esperanças, daquelas
que me levem ao um país diferente. Com um líder de verdade. Que nada, querida,
você, eu, tu, elas e eles estão no quinto mês de escassez. Escassez de vidas,
pessoas espionando no lugar de aquietar – se. Talvez um pouco de quietude seja
o diferencial.
Hoje não tem praia. Não tem aula. Não tem galera nos botecos. Não
tem geral gritando no show de pagode, de rock, de rap, de Chico, de Caetano, de
Teresa. Ora bolas, eu até imagino verdades em partes disso tudo. Mas... O povo é
dividido: Uma parte tá em casa, outra tá no mar curtindo o sol, escolas
reabrindo, uma porrada de gente sem máscaras caminhando pra lá e pra cá.
E eu? Convivendo dia a
dia com esse novo mundo, velho mundo, vasto mundo, já nem sei mais o
significado desse viver.
Minhas rotinas tomam
porres de café, de tantas coisas. A vacina não chega o remédio certo não chega.
Por favor, cloroquina não!
Não cura COVID, não
cura a estupidez do presidente.
Quarentena, companheira
de todas as horas, chega aqui, me abraça. A gente vai se entendendo. Apesar de
tudo. Com pesares pelas cento e cinco mil mortes. Por enquanto. Não sabemos até
quando haverá tanta dor.
Eu choro calada
abraçada comigo.
Já faz um tempinho.
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