Em
2017, Lavínia esteve aqui em casa. Antes de vê - la percebi que era ela. Só de
ouvir os passos apressados de Lavínia. Uma menina. Tinha seis anos. Inventou um
nome: Lalá.
Ela não é minha neta, não é minha sobrinha,
uma prima envolvendo laços de ternura, por toda a parte.
Lavínia chegou e foi direto para rede que eu
tenho na área onde tem uma máquina de lavar roupas. Um cachorro no quintal, e
tudo o mais. Quimeras de uma casa.
Fui brincar com Lavínia. Balançamos na rede e
registramos nossos momentos em fotos digitais.
Ofereci frutas.
- Quer maça?
- Depois eu quero. Só um pedaço.
- Quer bolachas?
Ela abriu um sorrisão. Abri o armário e
peguei um pacote de bolachas de chocolate. Fechado. Entreguei pra ela.
Eu tinha um compromisso. Fui ao meu quarto
pegar a bolsa.
Lavínia me acompanhou. Observava meus
detalhes quando eu procurava um batom e não sabia em qual bolsa. Achei. Peguei
uma maquiagem e não consegui abrir a embalagem. (Sempre apanho disso).
- Ah, não, eu nunca consigo abrir esse “trem”,
- Deixa eu ver.( Ela disse e pegou das minhas
mãos.)
Virou as costas e saiu do quarto. Foi até o
corredor próximo ao mesmo. Voltou rapidinho. Questão de segundos.
- Aqui. Abri.
Eu
fiquei admirada com a facilidade e agilidade de Lavínia.
Prossegui
pegando minhas coisas, parecendo uma máquina elétrica ou a vapor. Não sei. Lavínia
me olhou e disse: Eu quero ser a Sandra.
“Oh, Lavínia, tenho a certeza que eu sim,
queria ser você.”
Lalá
fez nove anos. Dia 2 de junho de 2020. É uma menina espichada cheia de cachos
nos cabelos.
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