ESTRELA
Sandra Modesto
Peguei
um bonde ao lado de uma mulher que chorava. O bonde não era um transporte. Uma
companhia no meio da rua quieta, numa praça na beira do sol.
Eu
tive na minha vida, alguém doce como flocos de algodão, certo dia, talvez no domingo,
talvez comendo arroz com alface, talvez um tomate da hortaliça.
Quando
eu tinha quatro anos pairando em sorrisos e indagações, a mãe da minha mãe,
Baixou
uma lei: “Dos olhos de minha neta não pode cair uma lágrima.”.
De
lá pra cá, aprendi a gostar de alface com tomate, mas... Chorei tanto vida a
fora.
Hoje
eu comemoro entre sorrisos estrelares tudo o que eu conquisto.
Das
vitórias do meu filho e da minha filha, do longo segundo casamento, do acalanto
do sol, da mudança dos luares.
Estamos
em dezembro com sabor de café e doces beijos. Cato algumas memórias populares.
Nesse sertão, que vem crescendo entre luzes, asfalto, brilhos, gentes e
crendices.
“não
pode apontar para o céu com estrelas porque nascem verrugas”.
“Nasceu
com estrela na testa tem sorte na vida”
Acordei
com vontade de cantar Gilberto Gil.
Porque
a vida é pequena pra ser poesia amarga e prosa insossa.
Ah,
esses versos que eu amo...
“Há
de surgir uma estrela no céu cada vez que ocê sorrir.”
“Há
de apagar uma estrela no céu cada vez que ocê chorar.”
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