Se
eu não morrer amanha
Será irrelevante. A casa estará meio bagunçada.
Difusa entre o comer
todos os pães de queijo e o andar lento feito vento da estação.
Se eu não morrer amanhã,
talvez o sol esteja aberto. O inverno meio indeciso. Na minha cidade com
temperaturas sempre altas, às vezes o frio aparece.
Danço, leio, e sou meio
eloquente. Quase sempre eu fico meio confusa e penso alto: “Eu não tolero gente
feita para não sonhar”.
E o povo na internet
com a frase de ordem na quarentena: “Você precisa se reinventar”
PÔ vem cá? Se eu não
morrer amanhã, eu vou continuar a conviver com isso?
Inventar já é difícil
caro amigo.
Há três meses eu me
viro no meu isolamento. Tenho ilusões, escrevo imaginando boas notícias que
nunca chegam ao noticiário. Desisto.
Se eu não morrer
amanhã...
Desculpem- me. Não vou
fazer mesa de madeira para espantar minha tristeza. Não vou aprender a bordar
pelo aplicativo.
Eu tenho meus inventos.
O tempo todo inventando. Criando histórias, arrematando ficção e realidade
nesse inventar das palavras.
Se eu não morrer
amanha, eu não serei um número novo na estatística das mortes lentas e
apressadas dessa gripezinha transfigurada em pandemia.
Leia – se gripezinha
para quem não cuida do povo, COVID - 19 para os que enterram os seus mortos, chorando
a pancada das perdas de tantos amores.
Por enquanto...
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