Crônica de hoje.
No meu
no seu
nos nossos...
#Petiscosdedomingo
No meu
no seu
nos nossos...
#Petiscosdedomingo
Pai, cadê você?
Hoje eu não vou te dar um beijo. Nem um abraço. Não vou ouvir um vinil
com você. Hoje não pai.
Meu domingo está um tanto obscuro.
Confessando bem, estamos no obscurantismo. Sim, pai.
O pai xará de Carlos, o Drummond de Andrade. Me encanta. Sempre me
ensinando que “amar se aprende amando”.
Eu fico pensando, “você me incentivou e me conduziu ao caminho da
literatura, das artes em geral”. Aquela enciclopédia do Delta Larousse. De capa
vermelha, cinza, lembra? Nossas fontes de pesquisas nos famigerados anos
setenta. Os dicionários, a coleção do Jorge Amado. Sempre falo sobre isso.
Porque você comprou pra mim.
Hoje não tem jeito, pai. Mas se tivesse, a gente ia ouvir um som do
Carlinhos Brown. Eu ia recitar ou ler pra você, meus contos, crônicas e
poesias, dos meus dois livros. Mas...
Deixa eu te falar umas coisas:
Tem alguém no país, filho de tal presidente, adivinha? Tem o mesmo nome
que o seu
Caramba, pai. O racismo está forte. Querem transformar o Brasil numa
metralhadora, e hoje é dia dos pais.
Por aqui estou eu, saudades demais das suas gargalhadas, seus projetos,
seus sonhos.
Que pai maneiro é você. Foi. Será.
A vida segue seu curso, digitei este texto pra publicar na internet. Aos
domingos eu escrevo. Não queria escrever hoje. Mas herdei uma coragem, uma
vontade de viver, que me enlouquece.
Vê se não esquece que eu te amo, que eu sonho dormindo e acordada
imaginando nós dois, de cabelos brancos e dando um tapa na cara da burguesia.
_ Certo filha. Agora vai que a louça te espera na pia.
_ PAI!
Sandra
Modesto
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