domingo, 2 de julho de 2017

Chico Artista Brasileiro

A velha vida.

CRUZAMENTOS
Estava sozinha e usava jeans com chinelos. Subindo a pé naquela rua, notou que lavavam o carro na calçada de uma casa.
Esfregavam e enxaguavam juntos; as rodas, pneus, partes do fusca. Branco.
O portão estava bem aberto.
Olhou cenas reais. Muitas pessoas em movimento.
Uma mulher várias crianças um cachorro, cadeiras, plantas, conversas, risos, tudo natural, não fosse à personagem principal. Uma senhora idosa, sentada em uma cadeira.
 Usava um vestido florido, os cabelos e a pele denotando a passagem transformadora do tempo. Gesticulava movimentos trêmulos, boca entreaberta, mas ao derredor, pessoas mais jovens consideravam a mais velha da casa, como parte de um todo. Escolheram não abandonar, não depositar no asilo, queriam, preferiram assim. A personagem à cadeira não entendia nada. Não sabia mais quem era quem, não sabia mais nem quem era ela. E daí?
A mulher que caminhava sozinha e usava jeans, era eu.
Enquanto andava fiquei me perguntando:
Será que tenho medo da morte ou tenho medo de morrer?
Vou morrer amanhã, domingo? Vou morrer...
Veio-me a memória musical; Gilberto Gil.
NÃO TENHO MEDO DA MORTE
“Não tenho medo da morte
Mas medo de morrer, sim.
A morte e depois de mim
Mas quem vai morrer sou eu
O derradeiro ato meu
E eu terei de estar presente
Assim como um presidente
Dando posse ao sucessor
Terei que morrer vivendo”.
Sandra Modesto. Autora do texto 1.

Por enquanto, outono

  Os sóis dos domingos dessa estação me levam a vaguear. Visto minha calça legging, uma blusa confortável, nos pés, tênis e meias para o meu...